Sobre os dados da Secretaria Estadual de São Paulo, uma em cada quatro meninas entre 10 e 15 anos já tomou pílula do dia seguinte. O número aparentemente é grande, porém, segundo especialistas, não deve ser visto com tanta preocupação, já que o medicamento é considerado seguro.
A pílula funciona como um anticoncepcional normal, mas sendo para uso pontual, bloqueando a ovulação e prejudicando o trânsito do esperma no corpo feminino, explica o ginecologista do Einstein, Dr. Mariano Tamura. Segundo ele, a eficiência da medicação o garante como um método que, apesar de emergencial, é seguro. Tem eficiência de até 90% quando usado imediatamente após a relação e 50% quando ingerido depois de 72 horas, sendo que são comprovados benefícios, ainda que pequenos, até cinco dias após o sexo.
Medicamento é apenas para emergências
Muitas meninas que tomam a pílula do dia seguinte acabam mudando a rotina da pílula anticoncepcional normal achando que uma substitui a outra, porém, de acordo com o Dr. Tamura, isto não é indicado. Se tomou a do dia seguinte um dia, deve continuar com a normal depois do ciclo. A do dia seguinte é um anticoncepcional a mais e não deve substituir outros métodos.
A ideia, conforme ele explica, é que a do dia seguinte sirva como um apoio caso a menina ache que tenha engravidado. “Caso ela tenha passado por algum problema no mês, como vômito ou diarreia, ou esteja tomado medicamentos, como antibiótico ou anticonvulsivante, pode ser que a pílula anticoncepcional regular perca seu efeito. Neste caso, vale optar pela do dia seguinte após a relação”.
Em conclusão, a dica do médico é que a mulher confie no anticoncepcional utilizado, desde que o use da forma correta, e, caso tenha dúvidas, converse com seu médico. A pílula do dia seguinte pode ser usada por qualquer idade e não deixa sequelas em longo prazo. Além disso, não é abortivo, já que atua só no sentido de não deixar o óvulo encontrar o espermatozoide. Por isso, se usado corretamente, é considerado um anticoncepcional seguro.
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